sexta-feira, 20 de abril de 2012

Dia 12 - A Outra


As horas parecem eternidade a passar, as forças sumiram e um desespero profundo apodera-se da sua alma antes viva e determinada. As más línguas falam-lhe da Outra mas ela não quer acreditar, ainda é cedo para começar a aceitar a Outra, Aquela que em todos os pontos e aspectos a supera, Aquela que veio para preencher um lugar que até ontem julgou ser só seu. 
Tende a questionar-se na dualidade do bem estar Dele com o bem estar Dela. Ele não lhe havia dito nada, certamente não se importava, embora o tivesse avaliado ao longo deste tempo como uma pessoa que se guardava muito em si próprio e acredita nunca lhe ter descoberto o verdadeiro Eu, por dentro lamenta.
Vai a um jantar com amigos para se distrair, todos a estranham mas não revela a causa do seu verdadeiro estado. Os exames, a faculdade, comenta e todos aceitam a resposta, compreensivos.
Ele não lhe saí da cabeça, sente-se possuída, em casa toma doix xanax perdidos na mesinha de cabeceira enquanto esvazia um whisky esquecido de uma festa passada, a garrafa Dele. 
Ri-se por fim ainda a comparar a sua figura depressiva perante a Dele, com a Outra. Sim disseram-lhe que havia Outra! Tinha que aceitar, não havia Outra solução. Que culpa tinha Ele de ter perdido o interesse por Ela e se ter interessado pela Outra? Há coisas que o destino nos reserva por determinado objectivo que eventualmente neste momento desconhecemos mas no futuro viremos a descobrir. O importante é não desesperar e saber esperar, as respostas virão com o tempo, se assim tiverem que vir, pensa Ela.

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